terça-feira, 31 de março de 2009

Dados...


Jogamos os dados da vida,

sem saber onde vão parar,

por vezes rolam em vertigem,

outras bem devagar.


A cada jogada,

Um trunfo na manga?

A cada parada,

Uma nova demanda.


E de jogada em jogada,

vamos aprendendo,

que sem arriscar,

o jogo vamos perdendo.


Há porém jogadas,

que doem demais,

em que temos que escolher,

as cartas principais.


E quando não há?

quando todas importantes são?

Que raio de jogo,

que grande confusão.


Sou eu que jogo?

Os dados são meus?

Estão viciados?

Estão bem jogados?


Bem...começa o jogo,

vamos lá contar,

lançar para a vida,

sem medo...Jogar!

domingo, 29 de março de 2009

Fantoches...

Usam gravata,

fato a rigor,

fazem da vida,

um teatro amador.


Fingem que são importantes,

mostram um poder que não tem,

são tão pequenos por dentro,

não valem nem um vintém.


Gritam aos ventos,

para se fazerem ouvir,

sobem aos palcos,

para poderem mentir.


E fantochando,

não vêem a realidade,

criam cenas paralelas,

e fogem à verdade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Onde andas??

Procuro-te incansavelmente,
Incessantemente,
com todas as forças.
Preciso de ti.
Foges!
Escondes-te no bolso de alguns,
Na inércia de outros,
No olhar para o lado.
Pactuas com tempos mortos,
de desespero.
Andas longe do comum mortal.
És privilégio?
És Deusa Sagrada?
Como desces do teu pedestal?
Com rezas...ou bulas?
Promessas ou pactos?
Vendes-te?
Compram-te em pacotes por atacado?
Tu devias estar presente a todo o momento,
Devias ser matriz...fio condutor...
Orgulho de Homens
Garante de Humanidade...
Onde andas?
Espero por ti...
Justiça!

terça-feira, 24 de março de 2009

Donos do mundo.




Encontram-se nos seus cantinhos de reinar, enganando-se,
transportam rancor e pouco entendimento do que é estar.
Vivem na ilusão que comandam...

Que trazem no bolso soluções de milagre.
Pensam pelos que julgam não saber pensar,
Mandam fazer o que não querem fazer.
Querem pagar com o que não querem receber.
Julgam-se grandes...e são tão pequenos.
Fazem história, com escritos de dor.
Em pedestais que querem dourados,
Falam de mundos em que não querem viver.
Iludem- se com truques baratos,
Imitam ilusionistas,
E esquecem-se que o Mundo é pertença de todos,
Nunca teve um dono, nem nunca terá,
Caem os ídolos e seus ideais,
O relógio avança sem nunca esperar,
E o Mundo gira e sempre girará,
Sem precisar de donos,
para o empurrar.

terça-feira, 17 de março de 2009

Ilhas...sagradas.

Fazia da vida uma viagem,
com portos marcados e
transbordos seguros.
Mas, parou num porto onde o amor encontrou,
e nada mais foi igual.
Os dias corriam, fluíam como água,
escoavam-se os segundos por entre os dedos.
E na loucura de uma paixão,
jogou o coração, como quem joga o dado,
e o seu destino cumprui-se.
O amor foi ficando naquele canto sagrado,
a ternura cresceu, como planta em bom solo.
Quando de novo partia em viagem, sabia que àquele porto queria sempre voltar.
E naqueles dias de cinzento pintados,
havia um farol para se orientar.
E à ilha do amor ia sempre acostar.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Desencontros.


Entrou cabisbaixo, encostado à parede, parecendo roçar-se.

A avó olhou e viu o semblante carregado,dirigiu-lhe um sorriso transparente e iluminou o olhar de ternura.

_Vem cá meu traquina, o que foi desta vez?

_Olhe...não fui eu que comecei...é que é sempre a mesma coisa...

_Tens que ter mais calma, não levar tão a peito as coisas que ouves...

_ Mas, ela voltou com a mesma conversa, que eu sou má rês, e o pior é que falou de ti...e isso eu não desculpo, tu sabes.

_Deixa que eu sei bem defender a minha honra.

_Não avó, não posso ouvir mais essa conversa. Estou farto de desculpar, agora é assim, metem-se comigo...levam...

_Bem, bem, hoje estás um Menino Guerreiro...desencontraste-te do meu Menino Anjo, vá vem lá almoçar.

Pronto, não há quem resista a um sorriso assim e a um prato de arroz de bacalhau, quentinho, saboroso e libertando um cheirinho que chamava por ele.

Apaziguou a raiva, mas sabia que a tempestade se aproximava. Era só uma questão de tempo.