
Entrou cabisbaixo, encostado à parede, parecendo roçar-se.
A avó olhou e viu o semblante carregado,dirigiu-lhe um sorriso transparente e iluminou o olhar de ternura.
_Vem cá meu traquina, o que foi desta vez?
_Olhe...não fui eu que comecei...é que é sempre a mesma coisa...
_Tens que ter mais calma, não levar tão a peito as coisas que ouves...
_ Mas, ela voltou com a mesma conversa, que eu sou má rês, e o pior é que falou de ti...e isso eu não desculpo, tu sabes.
_Deixa que eu sei bem defender a minha honra.
_Não avó, não posso ouvir mais essa conversa. Estou farto de desculpar, agora é assim, metem-se comigo...levam...
_Bem, bem, hoje estás um Menino Guerreiro...desencontraste-te do meu Menino Anjo, vá vem lá almoçar.
Pronto, não há quem resista a um sorriso assim e a um prato de arroz de bacalhau, quentinho, saboroso e libertando um cheirinho que chamava por ele.
Apaziguou a raiva, mas sabia que a tempestade se aproximava. Era só uma questão de tempo.
1 comentário:
porque o tempo é sempre uma questão que se questiona na questão que invoca
à passagem dos dias findos
muito antes que anoiteça.
bom fim de semana.
um beijo
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