sexta-feira, 6 de março de 2009

Desencontros.


Entrou cabisbaixo, encostado à parede, parecendo roçar-se.

A avó olhou e viu o semblante carregado,dirigiu-lhe um sorriso transparente e iluminou o olhar de ternura.

_Vem cá meu traquina, o que foi desta vez?

_Olhe...não fui eu que comecei...é que é sempre a mesma coisa...

_Tens que ter mais calma, não levar tão a peito as coisas que ouves...

_ Mas, ela voltou com a mesma conversa, que eu sou má rês, e o pior é que falou de ti...e isso eu não desculpo, tu sabes.

_Deixa que eu sei bem defender a minha honra.

_Não avó, não posso ouvir mais essa conversa. Estou farto de desculpar, agora é assim, metem-se comigo...levam...

_Bem, bem, hoje estás um Menino Guerreiro...desencontraste-te do meu Menino Anjo, vá vem lá almoçar.

Pronto, não há quem resista a um sorriso assim e a um prato de arroz de bacalhau, quentinho, saboroso e libertando um cheirinho que chamava por ele.

Apaziguou a raiva, mas sabia que a tempestade se aproximava. Era só uma questão de tempo.

1 comentário:

. intemporal . disse...

porque o tempo é sempre uma questão que se questiona na questão que invoca

à passagem dos dias findos

muito antes que anoiteça.

bom fim de semana.

um beijo